quarta-feira, 26 de maio de 2010

NO CALOR DA GREVE, UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA! QUANDO VOCÊ SE TORNA AQUILO QUE COMBATE.

Vivemos em uma sociedade complexa. O lucro orienta a vida. Saúde, moradia, segurança, educação são negócios. A destruição acelerada do meio ambiente existe porque é uma atividade lucrativa. Milhões de seres humanos morrem de fome enquanto alimentos apodrecem, guerras são deflagradas para permitir que a indústria bélica se desenvolva. O que parece uma insanidade é na verdade a sanidade do lucro, do capital. Não por acaso essa sociedade recebe a denominação de capitalista.
Contra isso, desde há muito, nos levantamos. Defendemos uma sociedade que valorize a vida, que entenda o meio ambiente como sustentáculo da vida e não como mercadoria. Uma sociedade onde o acesso aos serviços públicos não esteja condicionada à condição econômica da população. Uma sociedade que valorize o humano e não o capital. É nessa perspectiva que assumimos uma posição clara em defesa dos trabalhadores e do povo, excluídos nessa sociedade discriminatória em que vivemos. Escolhemos lutar pelo nosso sonho, escolhemos não nos omitirmos.

Nessa caminhada enfrentamos inimigos poderosos, encastelados há muito no poder. Mas não estamos sós. Temos ao nosso lado o vigor incansável dos lutadores populares. Somos inspirados por figuras como a da Irmã Dorothy e de Chico Mendes. Estamos ao lado dos sem terra que lutam pelo direito à vida e da juventude que sofre nas mãos do crime organizado e muitas vezes é obrigada se prostituir por falta de perspectivas. Ladeamos os que lutam contra a discriminação e opressão de negros, mulheres, homossexuais e povos indígenas. Levantamos bem alto nossa bandeira contra o modelo predatório de desenvolvimento adotado pelos governos federal e estadual, por isso somos contrários ao megaprojeto da Usina de Belo Monte.

Em nossa empreitada colecionamos derrotas e vitórias, mas seguimos sempre. Com otimismo, alegria e determinação. Novos companheiros se somam à luta e fortalecem nossa certeza de que estamos no caminho certo. Mas enfrentamos também as defecções e as traições. O exemplo mais triste e emblemático é o da atual governadora Ana Júlia, do PT. Originária do movimento sindical e eleita para mudar os paradigmas que sempre orientaram a política em nosso estado, ela parece ter se tornado aquilo que combatia. Não estamos falando apenas da política econômica, que permanece a mesma, nem da subserviência às grandes empresas que mandam e desmandam no estado, mas também na reprodução de métodos nefastos no trato com os movimentos sociais, notadamente na postura autoritária e desrespeitosa para com o SINTEPP.

Em razão do descaso com a educação realizamos greves em 2008, 2009 e agora em 2010. Fomos violentamente reprimidos em 2008. No ano seguinte a violência foi judicial, pois pela primeira vez um governo solicitou a abusividade da greve. Agora a violência é subterrânea e traiçoeira. Usam dos meios de comunicação (pagos com dinheiro público) para tentar desqualificar a greve e jogar a população contra os trabalhadores em educação, reeditando uma prática muito comum nos governos militares e tucanos. Alegam que a greve é política (embora o secretário de plantão tenha reconhecido o contrário), prática também utilizada pelos governos anteriores. Os secretários (já foram 4 em menos de 4 anos de governo), são constantemente desautorizados pelo “núcleo duro” do governo

O SINTEPP é uma entidade plural, representa a todos os trabalhadores em educação do Pará. Sua direção é composta de forma a respeitar, proporcionalmente, a todos os segmentos, organizados ou não, que atuam na categoria. Há inclusive representantes do partido do governo na Direção Estadual do SINTEPP. Sem dúvida é uma lição de democracia que o governo não recebeu.
A luta pela aprovação do PCCR da categoria não é apenas uma luta salarial, visa conferir qualidade à educação em nosso estado, já tão combalida. O Pará tem quase 700 mil analfabetos, o pior ensino médio do Brasil e os professores recebem a menor hora aula de todo o país. É contra isso que nos levantamos. Defendemos uma educação de qualidade social para todos, principalmente para os filhos da classe trabalhadora, que assistem ao desmonte da educação pública em nosso país.

A greve já atinge 70 municípios e se fortalece a cada dia. Não será através de artifícios desqualificados como os que o governo está utilizando que a greve vai acabar. Se o governo quer de fato terminar com a greve deve apresentar uma proposta digna para a categoria.
 

Vivemos em uma sociedade complexa. O lucro orienta a vida. Saúde, moradia, segurança, educação são negócios. A destruição acelerada do meio ambiente existe porque é uma atividade lucrativa. Milhões de seres humanos morrem de fome enquanto alimentos apodrecem, guerras são deflagradas para permitir que a indústria bélica se desenvolva. O que parece uma insanid

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